sábado, 5 de outubro de 2013

PLANO DE AULA


LEITURA DE IMAGEM 

ABAPORU

Este é o quadro mais importante produzido no Brasil.Tarsila pintou para presentear o escritor Oswald de Andrade, seu marido na época. Quando viu a tela, assustou-se chamou o amigo, o também escritor Raul Bopp. Ficaram observando por algum tempo aquela figura estranha e acharam que ela representava algo excepcional. Tarsila então se lembrou de seu dicionário Tupi-Guarani e batizaram o quadro de Abaporu( o homem que come carne humana), que se empolgou com a tela  e criou o movimento  Antropofágico. É desse período a fase Antropofágica da sua pintura. Esse movimento apesar de radical foi muito importante para a arte brasileira e significou uma síntese do Movimento Modernista brasileiro, que queria modernizar a nossa cultura, mas de modo bem brasileiro. O abaporu foi a tela mais cara vendida até hoje no Brasil, alcançado o valor de US$ 1.500.000. Foi comprado pelo colecionador argentino Eduardo Constantino.
            A imagem da obra Abaporu no campo estrito compreende o espaço físico representado. Tal espaço não é homogêneo, mas marcado por oposições como campo/cidade, fundo artificial/natural, espaço interno/externo, público/privado etc. O personagem humano representado possui cabeça pequena, pés e mãos grandes além das cores exuberantes.
No campo contextual a análise é mais complexa, pois a artista valorizou o trabalho braçal representado pelos pés e mãos exageradamente grandes, visto que este tipo de trabalho era mais valorizado naquela época pelos grandes fazendeiros e desvalorizou o trabalho mental (cabeça pequena). A imagem apresenta alguns traços surrealistas, evidenciando a estetização da obra que apresentam características bem brasileiras como as cores fortes de um dia ensolarado, as cores da nossa bandeira nacional.
Esta imagem pode ser trabalhada na pratica educativa tanto nos anos finais do ensino fundamental quanto no ensino médio. Para fazer análise da obra é necessário olhar o quadro sem se preocupar com o assunto que ele representa não condenar o quadro simplesmente porque essa figura não é padronizada.
            Olhar é reconstruir o real, é emancipar cores, decifrar enigmas, provocar estonteamento na mente. Pintura é sempre criação e criação tem o poder de abstrair-se da realidade imediata.
            Toda imagem é histórica. Num quadro, na foto,escultura ou ate mesmo em uma fachada de edifício é possível ver a marca  em um momento da sua produção. Para o processo de análise da obra é necessário a observação do espaço material, do espaço geográfico, dos objetos e da figuração. Para isso fazemos os seguintes questionamentos:
Qual é o título da obra?
O que esta obra representa?
É homem ou mulher?
Os pés são gigantescos. O que eles expressam?
Quais as cores que predominam na obra? Que sensação essas cores lhe dão?
Se pudessem associar essas cores a sons, quais seriam eles?
A obra lhe provoca alguma lembrança?
O título dessa obra tem alguma relação com a imagem?
Essa figura perece ser real ou imaginária? Pó que?
O que mais chamou sua atenção nesta pintura?
Após os questionamentos apresentados, os alunos farão em grupos uma releitura da obra, usado a sua criatividade. Faremos um mural das pinturas elaboradas pelos alunos.

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